quinta-feira, 7 de abril de 2011

Brasil - O Estado do Paraíba

Viajamos para sul. Pouco antes de chegar a Goiana, atravessamos a linha imaginária que separa o Estado de Pernambuco do Paraíba. A BR101 estreita-se. O trânsito abranda e passa a contorcer-se por entre marcos de cimento florescente e as indicações da polícia fronteiriça. Na berma da estrada, dezenas de camiões aguardam em fila pela inspecção aduaneira resgatando, quase em exclusivo, a atenção das autoridades que nos faz sinal para seguirmos. Deixamos para trás o Estado do Rio Grande do Norte, as dunas móveis e um turismo estruturado entre as pequenas pousadas e os grandes resorts. A paisagem muda. Alarga-se o nosso campo de visão. Perdem-se as pequenas povoações ao longo da estrada e o trajecto fica agora entalado entre extensas plantações de cana de açucar atribuindo à paisagem tonalidades que oscilam entre o verde dos pequenos caules e o amarelo das canas que se apressam a amadurecer. O Paraíba com uma área aproximada de 56.000 Km2, e uma faixa litoral de 147 Km, tem como principais actividades económicas a cultura da cana do açúcar e a produção de calcário. O turismo, encontra-se ainda numa fase incipiente o que nos leva a temer pelo futuro dos ecossistemas locais, formados pelas matas atlânticas e os manguesais, que mais tarde ou mais cedo irão ceder lugar aos grandes resorts e à vaga de construções, inevitavelmente, adjacentes. Percorridos 60 Km, viramos à esquerda, em direcção à pequena vila de Jacumá. Separam-nos apenas 15 Km, em linha recta, até ao mar mas a paisagem obedece a todas as caracteristicas campestres. Predomina o pequeno latifúndio composto por casas modestas, implantadas em pequenas roças, algumas árvores de fruto, agricultura e animais de subsistência. Inevitavelmente, sentimo-nos impacientes por chegar ao nosso destino. A promessa de um refúgio de silêncio e de tranquilidade fazem-nos apressar a marcha. Já perto, a estrada secundária dá lugar a um caminho de terra batida, irregular e de difícil acesso, por entre uma zona arenosa, sem sinalizações, onde o interesse da construção de veraneio converge para a tranquilidade das águas de Carapibús. Percorridas as vicissitudes do terreno agreste, deparamo-nos entusiasmados com o nosso destino, um refúgio modesto, para os próximos dias, com portões e brisas de fundo, directamente envolvidos pelo mar. Fotogr: CRV

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