Embora não seja difícil traçar uma linha entre os Estados do Rio Grande do Norte e do Paraíba, a realidade é que os diferentes graus de desenvolvimento acabam por evidenciar naturalmente essas diferenças. Longe da vertigem quotidiana das favelas e das corridas citadinas da cidade do Natal, os 147 Km da faixa litoral do Paraíba são um excelente argumento para explorar as enseadas desertas, as praias de tons claros e as águas calmas que compõem a moldura litoral desde a Barra de Camaratuba até Pitimbú, ao sul, perto da fronteira com o Estado de Pernambuco. Nos próximos dias iremos explorar o litoral, iniciando a viagem rumo à costa norte, mais agreste, de acessos serpenteados, com uma beira mar recortada entre línguas de terra que rasgam mar a dentro, alguns rios de pequeno porte e uma paisagem virgem feita de dunas cravadas de giestas cor de trigo. Começando da melhor forma, com um sol abrasador e uma manhã clara, o vento esquecido noutras paragens, rumamos ao norte, onde nos esperam estórias de navios e piratas holandeses, aldeias indígenas e gastronomia perfeita, linhas que correm por dentro das raízes do Brasil, que nos dão o cheiro das fragâncias de outros tempos, das enseadas onde aportavam galeões vindos do outro lado do Atlântico e dos projectos de protecção ambiental, únicos na América do Sul. Razões mais do que suficientes para suscitarem a nossa curiosidade e nos colocarem rumo ao norte, na direcção onde correm as brisas das aventuras tranquilas.
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