sexta-feira, 20 de julho de 2007

O "Blydepoort Dam"
Africa do Sul
Os canions são vales profundos, esculpidos, em regra, por acção de um ou mais rios convergentes, durante milhões de anos. A sua formação constitui a aglutinação de vários factores naturais: uma forte intensidade dos cursos de água, diferentes inclinações do terreno - o que promove uma incidência erosiva mais vertical que horizontal -, bem como uma permeabilidade heterogénea das diferentes camadas do solo, por onde esses cursos de água correm, o que gera uma erosão diferencial. A convergência destes factores promove um processo erosivo dos solos, com aprofundamento lento, revelando-se, ao longo de milhares de anos, no formato abrupto-vertical que bem conhecemos. Igualmente a erosão provocada pelas chuvas, pelo vento e pela movimentação das placas tectónicas contribuem para este tipo de formações. O rápido "Blyde River" foi, ao longo dos séculos, escavando uma vala, no solo de argila e quartzo, que atinge hoje os 800m de profundidade.
a albufeira "Blydepoort Dam"
No centro do "Blyde River Canyon" encontramos o "Blydepoort Dam" fruto da construção de uma barragem que, ao contrário de provocar desequilibrios naturais, veio promover a fixação e a bio-diversidade de um número significativo de animais e plantas na área, sustentando os ecossistemas locais. A vegetação, que decora todo o "River Canyon", inclui uma diversidade de mais de 1.000 espécies, muitas delas endémicas da escarpa. Cerca de 20 dessas espécies de plantas são únicas no mundo, estando catalogadas como em vias de extinção.
Hipopótamos na zona da albufeira
A zona do canion não era, até à construção da barragem, uma zona tipificada como "habitat" natural de animais de grande porte, contudo, habitam agora, na zona da enorme albufeira, hipopótamos, crocodilos, kudus, babuínos e uma enorme diversidade de aves de rapina, - águias, abutres, corujas, falcões -, muitas, igualmente, qualificadas como muito raras. A albufeira transformou-se no centro nevrálgico do canion, sendo possível sentir-lhe o coração, quando a percorremos, num bonito passeio de barco que, calmamente, desliza pelas águas do "Blyde River", flutuando a 665m acima do nível do leito do rio original.Semelhantes a choças tradicionais dos "Xhosa" ou "Zulus", estes três famosos cumes de argila e quartzo são denominados "The Three Rondavels" ou "The Three Sisters". Fotogr: CRV

4 comentários:

Paralelo Longe disse...

It'll be my pleasure.I'll be honored to further exchange with you. Thanks for passing by. Have a nice day too.

Paralelo Longe disse...

Thank you so much Hahn,

I understand we share the same passion, travelling. You're more than welcome to come back and leave your comments. I'll be honored. Bye for now.

Olga disse...

Dear TI, while waiting for new updates from your travels I continue to read your stories from previous posts.. You always impress me as someone who knows so much from geography, zoology, botany... (Hopefully you find my today's post about Balearic lizards interesting ;))I would say you were working in this field of knowledge if I didn't know better...The pictures are wonderful as well, caught from most unexpected places too! Hope you had a good day today and good night :)

Paralelo Longe disse...

Dear Olga,
It's always so nice to know about you. Actually I've been very busy with lack of time to update the blog as often as I wanted. I haven't yet seen today your blog but I'm still going to. Today I'm working on my next post, a very simple one, with more photos than talk. This is to balance too much talk, which sometimes can be bored. Actually I don’t know so much about these matters. It may look like I do but don’t forget that I was there so, everything turns easier for me, and I take lots of notes when I’m there and I always prepare myself previously reading something about these matters. Thanks so much for steeping by and sharing these little moments. They look always like little stars shining on a sky between Lisbon and Gdansk at the end of the day. So far and yet so near. A big hug TI